
Em Oleiros prepara-se terreno para criar uma nova escala para todo o território da zona Centro, acima do Tejo, desde Espanha até à Figueira da Foz. Porque a união faz a força, Fernando Jorge está a juntar os municípios de toda a região Centro para reivindicar investimentos junto do Governo.
Este será igualmente um mandato, o seu último, para criar emprego, assim se concretizem no terreno todos os investimentos públicos e privados previstos. Aos vindouros deixa a mensagem de que as pessoas são o mais importante e por isso deseja que continuem a ter qualidade de vida.
Transcrevemos de seguida um pequeno excerto de uma entrevista mais longa que está disponível em Podcast. Para escutar clique AQUI
Rádio Condestável (RC): Decidiu ter um olhar mais abrangente para este território e organizou-se com os presidentes de câmara desta região para que não seja só Oleiros a pedir apoios mas toda esta região, de Espanha até à Figueira da Foz!
Fernando Jorge (FJ): Essa é a ideia. Tem havido, durante muito tempo a convicção de que a zonas do país deviam estar orientadas na vertical. Como disse o Paulo Fernandes, do Fundão, os pobres não podem estar todos juntos e os ricos também não podem estar todos juntos. Olhar para Portugal mais na horizontal que na vertical era uma maneira correta de pensar sobre este assunto.
Tendo Madrid um PIB superior ao português e sendo a Figueira da Foz a praia mais próxima de Madrid, era uma pena que não houvesse uma via rápida entre estas duas cidades ou a Nazaré. Isso só é possível se houver uma grande união dos autarcas e uma grande capacidade reivindicativa para que tal se faça. Seria assim mais útil olhar para esta região do litoral até ao interior. Já em 2014 queria ter feito algo deste género mas, por vários motivos não foi possível e atendendo a que muitos presidentes de câmara começam o seu trabalho agora, seria uma oportunidade de se começar um trabalho que viesse a dar frutos no futuro. Por isso convidei os presidentes de câmara da região, (Castelo Branco, Leiria e Coimbra) para que pudéssemos pensar como podemos ajudar o Governo e a nós próprios a ter uma região mais desenvolvida e produtiva.
Estes concelhos estão despovoados mas produzem mais do que consomem e contribuem decisivamente para o enriquecimento do país.
RC: Como por exemplo...
FJ: É completamente incompreensível que as pessoas que trabalham nas madeiras e que produzem as suas paletes e pellets em todos estes concelhos estejam a importar madeira de Espanha, África ou da América, quando vivem no meio da floresta. Algo não se tem feito e é preciso fazer para que esta riqueza que temos possa estar ao serviço de toda a população, mas para isso não podemos continuar a viver com todo este despovoamento e não havendo um apoio ou interesse significativo do Estado Central, cada um de nós, por si só não consegue resolver este problema.
RC: Mas para tudo isto é preciso dinheiro. Várias vezes o ouvimos dizer que as verbas vão só para Lisboa e para o Porto.
FJ: Todo o dinheiro que vem, e vimos há uns dias um fundo de apoio a infraestruturas públicas, em que o dinheiro ficou praticamente todo em Lisboa e no Porto e migalhas para o resto do país. Assim não vamos lá. Se queremos um país equilibrado, temos que ajudar a equilibrá-lo e esta região tem belezas impressionantes: desde a Serra da Estrela, passando pelos nossos Alvelos/Moradal até às praias da Figueira e Nazaré. A própria gastronomia variada com chanfana, cabrito ou peixe do rio, precisa de ter um apoio suplementar. Não queria que estas regiões fossem discriminadas positivamente, eu não queria era que fossem discriminadas negativamente. Queria ter uma situação de igualdade.